Um dia, me apresentaram o mundo
E era bem ali
Que eu não cabia
A sentença da minha inexistência
Esse mundo que, sem mim, acontecia
Onde, de mim, nada servia
Me restava as bordas:
Só a cinza alegria
Dos prazeres ocultos
Das margens do mundo
De onde, calado, eu assistia
Um dia, cresci
E, finalmente, pude ir embora
Encontrar novos mundos
Onde eu ainda não inexistia